JEJUM INTERMITENTE: Minha opinião profissional
- Rainara Resende
- 20 de mar. de 2018
- 5 min de leitura
O Jejum Intermitente é um estrategia cada vez mais popular e até pode ser uma abordagem promissora para o emagrecimento (Imediato) e melhorar a saúde metabólica para as pessoas quem conseguem se adaptar ao jejum ou comer muito pouco em certas horas do dia ou dias da semana. Porém, tudo se refere a INDIVIDUALIDADE!

Tenho certeza que você já ouviu falar sobre JEJUM INTERMITENTE; mas se não ouviu ou não sabe o que é, trata-se de uma estratégia que envolve a restrição total ou parcial do consumo de energia (restrição que varia de 25 a 100%).
Antes de dar a MINHA OPINIÃO sobre o Tema proposto, deixe-me esclarecer alguns pontos importantes sobre essa prática.
Existem alguns Métodos que se diferenciam para esse Jejum, intercalando horários e dias, porém quando se pesquisa sobre o assunto, a maior parte do conteúdo da busca vem de blogs e notícias populares da internet sobre dietas e emagrecimento. Há estudos e pesquisas sendo realizadas para comprovação dessa estratégia, mas por ainda ser considerada uma "novidade" faltam mais estudos clínicos robustos para comprovar o real benefício do Jejum Intermitente na saúde.
É contraindicado para pessoas que estão abaixo do peso, com idade inferior a 18 anos, mulheres grávidas ou em fase de amamentação, pessoas com Diabetes tipo 1 que usam insulina, pessoas com distúrbios alimentares e idosos e, como ela não é recomendada para qualquer pessoa, quem deseja aderir à dieta, deve estar acompanhado por um médico ou nutricionista.

Existem alguns métodos de Jejum Intermitente populares, sendo largamente difundidos pela internet:
Método 16/8 = Também chamado de o protocolo Leangains. A pessoa realiza praticamente 2 refeições diárias (por exemplo, uma refeição as 13h e outra as 21h), em uma janela de 8 horas e totalizando 16 horas de jejum.
Método do jejum completo = Isso envolve o jejum durante 24 horas, uma ou duas vezes por semana. Por exemplo, o intervalo entre o jantar de um dia anterior até o jantar no dia seguinte.
Dieta 5:2 = Ficou conhecida popularmente pelo livro “The Fast Diet”. Nele, em dois dias não consecutivos da semana, os indivíduos só comem 500-600 calorias e voltam a consumir normalmente nos outros 5 dias.
Uma série de estudos recentes mostram que dietas que propõem alguma forma de jejum de fato geram uma rápida perda de peso. E, mais que isso, as pesquisas sugerem — ainda sem comprovação definitiva — que tornar um hábito a prática de ficar sem comer por um determinado tempo pode ter impactos positivos para a saúde, prevenindo doenças vasculares, câncer, diabetes, melhorando as funções cognitivas e retardando o envelhecimento. A maior parte dos estudos foi feita em outros animais, mas já há alguns testes iniciais, em pequena escala, feitos em humanos que dão indícios dos benefícios do jejum.
Há indicios da redução do Peso Total e de processos inflamatórios, redução dos niveis de lipideos sanguineos e Glicemia, melhoras no desempenho cognitivo e cardiovascular, mas apresentam algumas falhas metodólogicas nos resultados dessas pesquisas e a população estudada eram pequena.
E agora vem a questão: Qual a minha opinião sobre o uso dessa estratégia do Jejum Intermitente?

As pessoas estão acostumadas com a idéia de Dietas restritivas e sofridas, e principalmente que sejam rápidas e causem mudanças até mesmo drásticas ao corpo. Acredito que este seja um dos pontos mais fortes para a "popularidade" do Jejum Intermitente, pois causa ao individuo a sensação de esforço máximo para alcançar seu corpo tão sonhado.
Em minha experiencia na prática clinica, tive contato com diversas pessoas que só conseguem efetivamente emagrecer quando são desafiadas com esses métodos restritivos, ao contrário de uma mudança gradativa nos hábitos alimentares.
É além do metabolismo... É psicológico mesmo.
Todavia, o objetivo principal de qualquer programa de redução de peso é diminuir a quantidade de gordura corporal e manter o tecido magro. A grande maioria dos estudos mostra que dietas de fome e com redução extrema da quantidade de calorias resultam em grandes perdas de água, eletrólitos e tecido magro.
A priori, concordo com alguns pontos pertinentes ao Jejum, como:
O jejum prolongado e as dietas que impõem restrições importantes à ingesta calórica são indesejáveis do ponto de vista científico e podem ser perigosos do ponto de vista médico;
O jejum e as dietas que restringem de forma importante a ingestão calórica provocam perda de grandes quantidades de água, eletrólitos, minerais, reservas de glicogênio e tecido magro (incluindo proteínas contidas nos tecidos magros), com quantidades mínimas de perda de gordura;
Uma restrição calórica leve (500 a 1.000 kcal menos do que a ingestão diária habitual) resulta em menor perda de água, eletrólitos, minerais e tecido magro e menos provavelmente causará má nutrição;
O exercício dinâmico de grandes grupos musculares ajuda na manutenção do tecido magro, incluindo a massa muscular e a densidade óssea e resulta em reduções do peso corporal. A perda de peso conseqüente a um aumento do gasto energético se dá principalmente na forma de peso de gordura;
Para manter um controle ponderal adequado e percentuais ótimos de gordura corporal, é necessário um compromisso por toda a vida com hábitos alimentares adequados e atividade física regular.

Esta última, inclui a utilização de técnicas de modificação comportamental de modo a identificar e eliminar hábitos dietéticos que contribuam para uma nutrição inadequada, assim gerar a conscientização e mudança a longo prazo. Afinal, não é possível obter resultados diferentes, tendo as mesmas atitudes não é?
Concluo que, a Dieta do Jejum Intermitente, pode ser efetiva para um paciente que precise de uma perda de peso rápida (Pra uma cirurgia, por exemplo), ou para estabilizar uma condição metabólica desregular (Redução dos níveis de Gordura e de açúcar no sangue, por exemplo), mas não substitui a mudança gradativa e definitiva nos hábitos alimentares, que é sim a maneira mais assertiva pra manter a saúde e bem estar, visto que os períodos de jejum podem alterar o equilíbrio da produção dos hormônios da fome/saciedade, o que pode promover distúrbio futuros. Deve-se investigar também sobre as alegações referentes ao envelhecimento e biomarcadores de longevidade.
Conheço pessoas que tiveram bons resultados com o Jejum Intermitente e conseguiram emagrecer com seu bem estar metabólico preservado, porem sei também de casos dos que não conseguiram se adaptar a essa estratégia e frustraram-se por não conseguir manter a redução do peso, e causando a indisposição durante do dia pela falta do alimento. Tudo isso depende da individualidade da pessoa e sua adesão à Dieta.
E é sempre bom ressaltar: ESSA É A MINHA OPINIÃO! Cada profissional tem seu método de trabalho e ele sempre busca estrategias que te ajudem a alcançar os seus objetivos! Entre esses, até pode ser o Jejum Intermitente sim.
E você? Me conte nos comentários se você já ouviu falar ou até se já tentou essa estrategia do Jejum Intermitente... ;)
Seja Leve e ReLeve,
Rainara Resende
CRN 5 - 5976
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